terça-feira, 19 de junho de 2012

Entrevista com o ex-vocalista do Slipknot


Anders Colsefni, ex-vocalista do Slipknot, nos concedeu uma entrevista exclusiva e respondeu algumas perguntas que recebemos de fãs. Anders atualmente trabalha com a banda Painface, que está preparando um novo álbum. Ele conta um pouco sobre esse projeto e algumas curiosidades da época do MFKR:

Como surgiu o nome da banda (Painface)? Tem algum significado?
Anders: Quando eu fazia shows com o Bodypit, me falaram que eu fazia cara de dor quando cantava, que parecia que eu estava sentindo muita dor. Meu rosto se contorcia e as veias do meu pescoço e da minha testa saltavam. E isso acontece até hoje. Então o nome “Painface” (Cara de Dor) surgiu. Eu escrevi uma música com esse nome, que é o que chamam de “Basement Sessions”, mas a banda se separou antes da música ser gravada. Por isso as pessoas acham que o projeto que veio a se tornar o Slipknot se chamava Painface.

Desde quando vocês se conhecem? Como aconteceu?
Eu conheci Josh Brainard em 1988, Paul Gray em 1989 e todos os outros em 1990 ou 1991 (exceto Sid, Corey, e Chris). Nós tocávamos em bandas diferentes, mas sempre fazíamos shows juntos. Não existiam muitas bandas de metal naquela época.

Quais são suas principais influências?
Minha tia, Kelli Raymond: Ela que me influenciou a começar a ter aulas de bateria quando eu tinha uns oito anos, já que ela também tocava no colegial.
Metallica: Foi a primeira banda pesada que eu ouvi, e eu ainda amo todos os álbuns que eles gravaram nos anos 80.
Paul Gray: Ele me ensinou muita coisa e sempre acreditou em mim, como vocalista e como baterista.
As influências para as letras vieram de coisas ruins que passei na infância e precisei enfrentar (bullying, e pais completamente alienados quando precisei de ajuda). Meus vocais foram muito influenciados por ninguém menos que Max Cavalera! Poder brasileiro!                                                                                                  
O que você costuma fazer no seu tempo livre além de música?
Gosto de aprender e trabalhar na minha saúde mental, risos. Eu gosto de pescar e jogar video game (como a maioria das pessoas). Ouvir música e relaxar com a minha melhor amiga, minha esposa Michelle.

Pode nos contar um pouco sobre o processo de gravação com a Painface?
Nosso guitarrista, Antonio Alaniz e o baixista David Baker, tem muitas músicas que eles fizeram que ainda não tem vocais, e desde o ano passado eu estou escolhendo as melhores e escrevendo as letras para eles. Então quando tudo está gravado, com uma bateria (que é basicamente uma estrutura em um Mac) nós a editamos até que todos gostem da nova estrutura. Nós ensaiamos muito todas as músicas e gravamos parte por parte no nosso local de ensaio e se necessário, regravamos até que todos fiquem satisfeitos. Nós analisamos tudo, e quando vemos que ficou bom, gravamos pra valer. Isso leva muito tempo, mas queremos lançar o melhor álbum possível para os fãs!

Como sua música evoluiu desde que vocês começaram a tocar juntos?
Evoluiu muito. O jeito como eu entendo minha voz amadureceu, e todos aprenderam a se comunicar melhor. Nós escrevemos um tipo de música que pode agradar todos os fãs de metal, e que acreditamos e gostamos de ouvir. Não escuto nada que gravei antigamente porque não me sinto bem com aquilo. O que fazemos agora nos dá um orgulho que nunca tivemos antes.                                                                                              Qual foi o maior desafio que vocês já enfrentaram como banda?
Tempo. Todos (exceto Mike, o baterista) têm mulher e filhos, então temos que equilibrar nosso tempo, mas é isso. Tivemos que achar outro lugar para ensaiar ano passado, o que nos deixou parados por três meses, mas desde que achamos o lugar novo, não paramos mais.
Quais são os principais assuntos das letras?
Algumas são sobre raiva e traição, algumas sobre livros que eu leio (como Tlalocan e Gunslinger), e algumas são histórias que eu inventei na minha cabeça. Gosto muito de escrever sobre pessoas que são machucadas, se sentem isoladas e pisadas por babacas que se acham melhores que elas. Eu quero trazer atenção para as pessoas que foram abusadas.

Como foi o processo de composição e gravação do Mate Feed Kill Repeat?
A composição foi fantástica. O estilo que estávamos experimentando nos dava uma sensação de liberdade. A gravação foi longa, tediosa e estressante. Foram muitas discussões, mas também muitas risadas e animação. No fim de tudo, foi maravilhoso.
O tempo que você passou com o Slipknot influenciou seu trabalho atual de alguma maneira?
Acredito que todas as experiências que tive serviram de lição para o que eu fiz ou ainda vou fazer, então, subconscientemente, eu diria que sim. O Slipknot fez com que meus padrões ficassem muito altos!

O que podemos esperar do novo álbum?
Vamos lançar um álbum de três volumes, cada volume com quatro músicas e toda a arte será feita por nós. Cada volume vai ter seu próprio estilo e vão ser lançados individualmente conforme a gente terminar. Cada música vai ter um trabalho incrível de guitarras, bateria agressiva e inspiradora e toda a minha capacidade vocal. De gritos melódicos a guturais, e até uns gritos malucos. Vai ser malvado!

Tem algum material do Mate Feed Kill Repeat que não foi lançado?
Part of Me, Fur (Covered-In-Blood), Visqueen, Wave Like The Pope, Rites e Rage.

Obrigado a todos que se interessaram o suficiente para me fazer essas perguntas! Vocês são GRANDE parte do porque eu ainda amo fazer música. Espero não decepcioná-los! Se cuida Brasil, espero que a gente se veja logo!

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